Sinais de depressão infantil: como identificar?
Quem nunca ouviu o velho ditado de que crianças não têm problemas? Essa máxima vem se provando contraditória conforme observamos o aumento do diagnóstico de depressão infantil em todo o mundo. Somente no Reino Unido são mais de 80 mil jovens com o problema. Entre eles, 8 mil crianças menores de 10 anos, segundo guia publicado pelo National Institute for Health and Care Excellence (NICE).
No Brasil, não há dados estatísticos oficiais sobre o tema, mas estima-se que o número de crianças em quadro depressivos seja ainda maior, cerca de 8 milhões de jovens, em torno de 1 a 3% da população nacional.
Esses números comprovam que as crianças enfrentam problemas tão complexos quanto os adultos. Porém, diferentemente de nós, os pequenos não reconhecem rapidamente esse distúrbio, o que os impedem de pedir ajuda aos pais. Sendo assim, a missão de identificar os sinais de depressão infantil e buscar por ajuda especializada é das famílias.
A seguir, iremos dar algumas dicas para os pais perceberem se há sinais de depressão infantil em seus filhos, os ajudando a superar esse problema. Confira!
Saiba como perceber os sinais de depressão infantil por faixa etária
Pais, professores e familiares devem ficar sempre atentos, principalmente no que diz respeito ao comportamento incomum das crianças, pois qualquer motivo – desde a mudança de cidade até práticas de bullying – pode desencadear a depressão.
Além dos fatores genéticos, a depressão infantil se manifesta de formas diferentes conforme cada faixa etária. Até os dois anos, por exemplo, mesmo sem muito desenvolvimento da fala, é possível observar os sinais de depressão infantil na criança, seja pela demonstração de apatia, recusa alimentar ou alteração nos horários de dormir.
Na fase de dois até 11 anos, pode ocorrer episódios de ansiedade, que é comum nessa faixa etária, mas caso essas situações se tornem frequentes, é preciso buscar por uma ajuda especializada, pois o jovem pode estar apresentando sinais de depressão infantil.
Além disso, durante esse período, há outros indícios de depressão que devem ser observados pelos pais. Por exemplo, quando a criança urina nas próprias roupas com frequência – comportamentos conhecidos como enurese e encoprese, respectivamente -, e quando não há interesse em brincar e interagir com os colegas.
Na pré-adolescência, dos 12 aos 17 anos, os comportamentos mais comuns que podem categorizar o jovem no grupo dos pacientes com depressão infantil são:
- Baixo rendimento escolar;
- Dificuldade de concentração;
- Distanciamento ou isolamento social;
- Comportamento agressivo;
- Quebra de regras estipuladas pelos pais em casa ou pelos educadores no colégio.
Como os pais podem ajudar seus filhos?
A primeira frente de combate à essa doença psicológica está associada a manutenção da saúde física e mental dos pequenos. É interessante que os pais ofereçam uma alimentação balanceada para a criança, incentive a prática de esportes e acompanhe o uso de meios eletrônicos. Essas medidas atuam de forma preventiva e ajudam a afastar os sinais de depressão infantil.
Além disso, passar mais tempo em família e elogiar o jovem pelo empenho nas tarefas escolares ou do dia a dia, é uma excelente maneira de estreitar os laços e fortalecer a autoestima da criança, etapa importante para a construção da identidade no estágio inicial da vida.
Em casos nos quais os médicos já detectaram os sinais da depressão infantil, os pais e a escola devem estar preparados para lidar com a situação e ajudar a criança a vencer esses obstáculos. Esconder esses sinais ou ignorá-los não ajudará a combater o problema, pelo contrário, o intensificará ainda mais.
Converse com o seu filho e dê abertura para ele compartilhar as suas angústias e medos, assim, a criança se sentirá mais fortalecida e confiante, sentimentos importantíssimos para superar os sinais de depressão infantil.
Se você tem alguma dúvida sobre o tema, deixe a sua pergunta nos comentários que retornaremos em breve! E para mais dicas, acesse nosso blog.
Escrito por:
Ana Cintia Matos