'Criança não namora': como os pais devem lidar com a situação
Pais de crianças pequenas muito provavelmente já devem ter ouvido a seguinte frase: criança não namora. Mas por que um tema que, por muito tempo, nem era considerado controverso e sim uma brincadeira, tomou uma proporção tão grande no dia a dia de pais e escolas?
O cuidado vem por conta de cada vez mais frequente a erotização precoce da criança, que tem se mostrado nas indústrias de brinquedos, roupas e cosméticos voltados para esse público e que, indiretamente, pode afetar a saúde emocional das crianças.
O que podemos fazer para evitar que a infância de seus filhos seja prejudicada por conta dessa situação?
Cuidado ao não confundir amizade com namoro
O primeiro passo para pais e escolas pelo movimento criança não namora é ter muito cuidado sobre como se referem a uma amizade entre duas crianças.
É comum ouvir em diferentes ambientes — na escola, em casa, nas festas de família — que duas crianças que são muito amigas são, na verdade, “namoradinhos”. E é aí que nasce a primeira erotização inconsciente da ingênua brincadeira infantil.
Os pais precisam tomar cuidado para não estimular essa situação. É preciso lembrar que criança não namora, nem mesmo de brincadeira. É importante frisar que as crianças não possuem maturidade social, afetiva e orgânica para tal ação.
Simular o namoro pode prejudicar o desenvolvimento
Não afirmamos que criança não namora simplesmente porque não queremos erotizar nossos filhos de maneira precoce. É importante evitar essa situação também porque estimular o namoro e compromisso entre duas crianças não é saudável e pode trazer malefícios para o desenvolvimento infantil.
A criança acaba, de uma maneira ou de outra, pulando uma etapa de sua vida, ao simular o comportamento de uma criança mais velha, para mostrar compromisso, ciúme, insegurança, desejo e muitos outros sentimentos que podem ainda não existir em seu dia a dia.
O desenvolvimento infantil, é um processo que deve acontecer de forma deve ser feita de maneira muito natural e gradual na vida da criança. Estrutura psíquica de uma criança não permite o entendimento das relações, como o namoro, por exemplo. Dar conta de situações e emoções envolvidas nesta forma de relacionar-se pode resultar em situações onde pequenos indivíduos que ainda não estavam prontos para lidar.
Não existe mais a cultura do relacionamento jovem
Por muito tempo foi natural para a sociedade humana incentivar o casamento precoce. Muitos jovens, especialmente na época de nossos avós e alguns de nossos pais, foram incentivados a encontrar o parceiro para toda a vida ainda na adolescência e até hoje sofrem consequências desse compromisso prematuro e uma perda significativa de sua vida jovem.
Atualmente, a cultura de casamentos arranjados é cada vez menor e, por isso, brincar de formar casais com crianças se tornou uma situação cada vez menos aceita e natural no nosso dia a dia.
Evitar constranger nossos filhos com essas brincadeiras é também uma maneira de não dar passos para trás, quando o assunto é a evolução da nossa sociedade, para que todos vivam bem e em harmonia.
Você também acha que criança não namora? O que costuma fazer para evitar que seus filhos passem por essa situação na escola, em casa ou nas festinhas com amigos e familiares?
Escrito por:
Ana Cintia Matos