Infância é “período mágico” para aprendizado da segunda língua

Estudos mostram que crianças aprendem novas linguagens mais naturalmente e
que ensino bilingue traz benefícios sociais e cognitivos

 

Já há alguns anos, o domínio do inglês vem deixando de ser apenas um diferencial
no currículo e tornou-se uma habilidade indispensável, quer seja para os estudos,
viagens, trabalho e comunicação com o mundo. O idioma é falado por mais de 1
bilhão de pessoas e faz, cada vez mais, parte do nosso cotidiano, já que somos
cercados de palavras oriundas do vocabulário inglês desde a infância. Mas na
prática, qual seria o melhor momento para começar a estudar a língua?

Muitos especialistas apontam que, quanto mais cedo for iniciado o aprendizado de
um segundo idioma, melhor. Segundo o Instituto do Cérebro e de Ciências do
Aprendizado da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, é na infância,
mais precisamente até os sete anos, que o cérebro vive um período mágico para
aprendizado de uma segunda língua. O mesmo afirma outro estudo feito em Israel
(Ferman & Karni, 2010), apontando que as crianças adquirem a língua
naturalmente sem ter que pensar muito no processo.

Já os adultos usam mecanismos mais complexos, o que envolve criar estratégias de
estudo, além de refletir sobre o processo de aprendizado. Ou seja, quanto mais
velhos ficamos, maior será o esforço consciente para aprender uma língua
adicional. Isso sem falar nas outros prioridades que vão surgindo ao longo na vida.
Por isso, iniciar o aprendizado do inglês ainda na primeira infância pode trazer
inúmeros benefícios.

“Entre os principais benefícios do bilinguismo, na minha opinião, estão o
desenvolvimento da metacognição e do pensamento crítico. Ao estar em contato
com mais de um idioma, o conhecimento passa a ser relativo. Por exemplo, o que a
criança conhecia como ‘mesa’, pode também ser ‘table’ e quando chega a esse
conhecimento, ela passa a fazer comparações e a pensar sobre a língua
(metacognição). Ademais, ao criar suas hipóteses, ela desenvolve o pensamento
crítico”, explica Maria do Carmo Bazante, coordenadora do Programa Bilíngue do
Colégio CBV.

Além disso, Bazante explica que todo esse processo gera novas conexões cerebrais,
as sinapses (transmissão de impulsos nervosos). “São exercícios que ‘treinam’ o
cérebro e melhoram o raciocínio e o desenvolvimento da criatividade. Ou seja,
deixam as crianças mais aptas a absorverem novos conhecimentos. Pesquisas
comprovam que crianças bilíngues desenvolvem melhores habilidades cognitivas,
solucionam problemas mais rapidamente e verbalizam com mais desenvoltura”,
completa.

Por fim, o aprendizado de uma língua adicional vai além do domínio linguístico.
Saber outro idioma amplia os horizontes da criança e a ajuda a desenvolver
empatia e tolerar o diferente. “O inglês como Língua Franca – a língua utilizada por
um grupo de pessoas multilíngues para comunicarem-se uns com os outros –
propicia a interação com indivíduos de quase todas as partes do mundo e, como
consequência, nos faz conhecer, viver e experimentar outras culturas, com seus
costumes e tradições. Mais um diferencial, uma vez que, atualmente as relações
humanas são fundamentalmente multiculturais”, diz a coordenadora.

No CBV, os estudantes das Turmas de Formação Bilíngue aprendem a segunda
língua de forma lúdica, por meio de um programa de semi-imersão no inglês, em
que são criadas oportunidades para a criança utilizar o idioma em muitas situações
e momentos da rotina escolar, de maneira natural, através de dramatizações,
demonstrações e jogos.

O contato diário com o inglês acontece durante o turno de aulas regular – na
Educação Infantil, 50% da carga horária é oferecida em inglês e, no 1º ano do
ensino fundamental, os alunos têm 10 aulas em inglês semanais. “A qualidade do
nosso ensino é aferida de maneira imparcial, através de certificação internacional
em parceria com a Universidade de Cambridge e Universidade de Michigan. Seus
exames medem o nível de compreensão e expressão oral e escrita, de acordo com
o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFRL)”, finaliza Bazante.

Escrito por:
Giselee Flores


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